quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Queridos  alunos essas são as imagens dos exercícios.

exercício 1


exercício 6




ATIVIDADE DE PORTUGUÊS SOBRE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

    1.    Observe a imagem abaixo e responda as perguntas a seguir:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy-6xWa7hyphenhyphenyqmlOtEjCcx8QpjNOzlPzTEqlFyyASvklYq3YNqsX9WfRLwLEVa3Y9ZilR_Y0sQbbF8oosUhw0ds9wi7QTjc6EMgKMoE367EgGDMCbbAKREdRoJGHQBw9izjvjexoIxXzZwM/s320/Engracadas_34744972_humor_016.jpg


a)    Que variedade linguística o personagem da imagem acima usou para se expressar: linguagem culta ou coloquial?
b)    Observando bem a imagem, diga pelo menos dois fatores que contribuem para que o personagem fale dessa forma?
c)    Esse jeito como o personagem falou deu para o ouvinte/leitor compreender?
d)    Essa variedade linguística  usada por ele é considerada “correta” ou “errada”? Por que?
e)    Reescreva essa fala do personagem seguindo a norma culta da linguagem.
   2.    Leia o texto abaixo e responda as questões sugeridas:
Nos últimos meses, as prefeituras municipais de todo o Brasil, em especial as da Região Nordeste e Norte têm sofrido com a queda de suas receitas devido o Governo Federal ter reduzido a zero um imposto que beneficiou as montadoras de carro, mas que provocou o chamado “efeito dominó”, afetando os cofres de milhares de municípios pobres ou de renda per capita muito baixa.
(Jornal Folha de São Paulo, 20/03/2012)

a)    Que gênero textual é esse acima?
b)    Que variedade linguística foi usada para escrever esse texto?
c)    Por que foi usado esse variedade e não outra?
   3.    Leia a música a seguir e faça o que se pede:
Tenho visto tanto coisa nesse mundo de meu Deus
Coisas que prum cearense não existe explicação Qualquer pinguinho de chuva fazer uma inundação
Moça se vestir de cobra e dizer que é distração
Vocês cá da capitá me adiscurpe essa expressão
No Ceará não tem disso não...
Tem disso não, tem disso não...
(Luiz Gonzaga)

  a)    Que variedade linguística foi usada para escrever essa música?
  b)    Essa variedade atrapalhou no entendimento da música?
  c)    Se essa música fosse escrita/cantada seguindo a risca a norma culta da língua, continuaria com a mesma beleza melódica?
  d)    Retire desta música palavras e expressões da linguagem coloquial?

   4.     Que variedade linguística  (culta ou coloquial) podemos ou devemos usar nas seguintes situações:
   a)    Falando em público sobre política.________________________________
   b)    Numa pequena mensagem de celular para um amigo próximo. __________________________
   c)    Numa pequena mensagem de celular para o seu professor de português.___________________
   d)    Numa carta de reclamação para a presidente Dilma. ________________________________
   e)     Numa conversa na praça entre amigos._________________________________
  f)     Um debate numa conferencia nacional sobre meio ambiente.__________________________
   g)    Um bilhete para irmã explicando que você foi à padaria comprar pão._____________________
 h) Um bilhete para a diretora da sua escola explicando o porquê da sua falta de hoje.___________________________________
i)    i) Uma redação solicitada pelo professor de português.______________________________

   5.    Leia o texto retirado do Facebook de um adolescente e responda as perguntas:
E aí, moral! Tu vai p/ ksa do Paulin estudar hj?
Se for, chama o kbça tbm q ele disse q keria ir.
Vlw, muleq! Jo@o

a)    A variedade linguística deste texto é considerada culta ou coloquial?
b)    Por que o autor desta mensagem escreveu para o colega usando essa escrita?
c)    Essa escrita pode ser usada nos trabalhos escolares? Por que?
d)    Essa escrita atrapalhou o seu entendimento do texto?
e)    Reescreva essa mesma mensagem usando a norma culta da língua.
f)     Retire desta mensagem duas expressões que são consideradas gírias.


6. Observe a charge abaixo e marque a alternativa correta:


 A linguagem da charge revela:
a)            Pela variedade linguística  usada pelos falantes eles não conseguem se comunicar.
b)           Evidenciamos um uso formal da linguagem, visto que eles personagens são estudantes.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigVEPKTReoj3MLNwN501EVtaZeMClRsTVzBW7sCpYaWzF15vlMEiabe6ia3pfSQ8QAioFqS4P5CkVuMVdEUgk3Kg8Cwx1sJ-ZQBHfQ1luEaofdBUNhj9Q9VIGPJ_i8AKH86w30dqKIY7U/s320/139.jpgc)            Expressões como “cê”, “pra”, pobrema” devem ser banidos da língua em qualquer situação.
d)           A fala dos personagens evidenciam o uso coloquial da linguagem, motivado por diversos fatores.
e)           Não há nenhum tipo de problema com a linguagem usada por eles, podendo ser utilizada também em trabalhos escolares, requerimentos...



Variação linguística

linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com amigos, familiares etc.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais: 
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió

Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados. 
Oswald de Andrade
CHOPIS CENTIS 
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme. 
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras


terça-feira, 20 de setembro de 2016

Advérbios de intensidade

muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente,intensamente, grandemente

                                                              Exercícios

1. Classifique os advérbios sublinhados. Siga o exemplo.

Talvez ela viaje - advérbio de dúvida

a)  Não irei ao passeio.                  
b)   Gosto de quem fala bem.               
c)   Sim, posso ir com você.               
d)   Amanhã levarei os livros.             
e)   Vi um ninho  na árvore.           
f)   Chegamos muito tarde para a aula.    
g)   Ela não sabe como perdeu.            
h)   Gostaria de esperar um pouco?.       
i)   Perto deles, todos ficam em paz.       
j)    Olhei calmamente a paisagem.
k)   Nunca mais nos veremos.              

   2.  Complete as frases com os advérbios pedidos entre parênteses.
a) As meninas cantaram    ___________________________ (advérbio de modo)
b) ___________________________ , lemos um trecho sobre o pantanal. (advérbio de tempo)
c) O menino ____________________ sabe como perdeu o dinheiro. (advérbio de negação)
d) Voltaram ___________________________ tarde. (advérbio de intensidade)
e)  ___________________________ vovô não queira vir. (advérbio de dúvida)
f)  Eles estavam ___________________________ agitados. (advérbio de intensidade)
g) Elas voltaram ___________________________ para o colégio. (advérbio de modo)
h) ___________________________ eu lhe telefonarei. (advérbio de tempo)
i)  Bete estava ___________________________ da praia. (advérbio de lugar)
j)  ______________________ nós falaremos amanhã (advérbio de afirmação)
k) Eles ______________________ querem ir para o shopping. (advérbio de negação)

3) Indique a alternativa que expressa incorretamente a circunstância do advérbio sublinhado:
 a) Talvez ela vá ao seu encontro. (tempo)
b) Certamente as instruções foram seguidas à risca. (Afirmação)
c) Alguns não conseguiram sair de . (Lugar)
d) Todos ficaram meio tristes com a notícia. (Intensidade)
e) Não me venha com reclamações. (Negação)

4)  Identifique nos pares de frases a seguir se a palavra em destaque é adjetivo ou advérbio.
a)   Na nossa viagem deu tudo errado. ________________________
 Ele pegou o ônibus errado. ______________________________
b)   Era a aluna certa para apresentar o trabalho. _____________________________
 Ela sempre estudou certo. __________________________________________
c)   Era um funcionário lento para o trabalho. _______________________________
Esse funcionário trabalha lento demais. _________________________________
d)   Você está andando rápido. __________________________________________
Minha mãe é rápida no trânsito. ______________________________________

5) Nos textos abaixo, quais destas circunstâncias os advérbios e as locuções adverbiais expressam?
tempo     lugar      modo

a)   Outra do pobre do gato que caiu nas garras do Joãozinho: _______________ A vizinha abre a porta. É o Joãozinho. – Dona Maria, posso entrar no seu quintal? ____________________________ – Não. Deixa que eu vou para você. O que é que caiu lá desta vez? _______ – Minha flecha. – Onde ela está? – Espetada no seu gato. ________________
 (Ziraldo)


b)   O relógio costura, meticulosamente, quilômetros e quilômetros do silêncio noturno. ______________________________ De vez em quando, os velhos armários estalam como ossos.________ Na ilha do pátio, o cachorro, ladrando.__________________________ (É a lua) E, à lembrança da lua, Lili arregala os olhos no escuro.____________

(Mário Quintana)


domingo, 11 de setembro de 2016

O advérbio é uma palavra que modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma frase inteira, atribuindo-lhes uma circunstância. Essa circunstância é classificada conforme o que expressa:


Tempo
Lugar
Modo
hoje; logo; primeiro; ontem; tarde; outrora; amanhã; cedo; dantes; depois; ainda; antigamente; antes; doravante; então; ora;  agora; sempre; já; enfim; etc.
aqui; antes; dentro; ali; adiante; fora; acolá; atrás; além; lá; detrás; aquém; cá; acima; onde; perto; aí; abaixo; aonde; longe; debaixo; algures; defronte; nenhures; etc.
bem; mal; melhor; pior; assim; aliás; depressa; devagar; como; debalde; sobremodo; sobretudo; sobremaneira; quase; principalmente
Obs.: muitos advérbios de modo formam-se juntando mente à forma feminina do adjetivo
Quantidade
Afirmação
Negação
muito; pouco; mais; menos; demasiado; quanto; quão; tanto; tão; assaz; que (equivale a quão); tudo; nada; todo; bastante; quase
sim; certamente; realmente; decerto; efetivamente; etc.
não; nem; nunca; jamais; etc.
Dúvida
Exclusão
Inclusão
acaso; porventura; possivelmente; provavelmente; quiçá; talvez
apenas; exclusivamente; salvo; senão; somente; simplesmente; só; unicamente
ainda; até; mesmo; inclusivamente; também
Ordem
Interrogação
depois; primeiramente; ultimamente
onde? como? quando? porque?

Locuções Adverbiais – É a união de duas ou mais palavras que exercem a função de um advérbio.
Exemplos:
Ele chegou em casa às pressas. Advérbio de modo
Com certeza você me perdoará. Advérbio de afirmação

São exemplos de locuções adverbiais:
às vezes
de repente
sem dúvida
às claras
a grosso modo
por ali
à direita
à esquerda
de vez em quando
de propósito
às escuras
de súbito
por fora
a cavalo
a pé
ao vivo


Conto de mistério
Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
Siga-me! - foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma distância de uns dez a doze passos - entrou também.
Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: "É este".
O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
- Julieta! Ó Julieta... consegui.
A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: um quilo de feijão.

  Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta

Após ler o texto, grifar os advérbios e classifica-los de acordo com a tabela.
Explique como o uso dos advérbios contribuiu para o sentido e criatividade desse  texto.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016






O fazendeiro estava pagando R$ 300 para quem conseguisse pegar a onça que estava comendo os bezerros da fazenda. Apresentou-se o compadre, pobre, necessitado, e foi se oferecendo pro serviço. Magrinho, pés no chão, chapéu e cigarro de palha, lá foi ele mata adentro, levando na mão a foice de roçar, e na cintura a garrucha de dois canos. Certa hora deu de cara com a pintada. Estava muito perto para que ele pudesse planejar o ataque. Quando a “marvada” partiu em sua direção, largou de seus apetrechos e danou-se a correr. E a onça atrás... O fazendeiro estava sentado na varanda aguardando o cair da tarde, quando vê o “cumpadre” chegar correndo sendo perseguido pelo felino. Por sorte, na hora que a onça dá o bote, ele tropeça numa pedra e cai. A onça voou por cima e caiu no terreiro, bem em frente à porta do fazendeiro. Aí o mineirinho caçador de onça gritou:

- Sigura essa aí, “cumpadi”, que eu vô buscá mais outra!


  

A Árvore que Dá Caneta

LEOMAR BARALDI O seu Gonçalves recebeu o sobrinho para uma temporada de férias no sítio. Era sempre assim, quando entrava de férias o sobrinho Eurico vinha para o interior. Andando pelos campos, sabe como é estudante em férias, onde o tio ia ele ia atrás. Tinham ido levar sal para um gado que ficava num pasto distante da sede da propriedade. Era de tarde, e para aproveitar bem a presença no campo, que é sempre agradável, eles foram e estavam voltando a pé. Desde que deixaram o pasto, o sobrinho deu de testar a inteligência do tio. O tio caía em todas. Assuntos de física quântica, física não sei das quânticas, pressão tromosférica, urânio, bomba atômica. E o sobrinho ia tirando uma com o tio em todas. O tio só de rabo de olho nele. E o sobrinho perguntava se o tio sabia o que era cálcio, e o tio não sabia, e era aquela gozação. Passando próximos de uma árvore bem folhada e frondosa, o tio parou e falou: -Sobrim, ta veno essa arve? -Estou sim, tio. -Essa arve dá caneta. -Ah, tio, é invenção sua! -To ti falano, essa arve dá caneta. -Não acredito! -To te falano. U teu tio ia minti pro ce! Vai lá di baxo e conferi. É qui já foi u tempo de caneta, mais as veis o ce consegue vê arguma qui num caiu. O sobrinho foi até embaixo da árvore. Deu certo que era uma amoreira em fim de tempo de amora, tinha só umas espalhadas aqui e ali. Deu certo que tinha um sanhaço num galho acima, e sabe como é, deu uma soltada, sabe como é passarinho, não sabe segurar vontade. Tpéf! Uma daquelas borradas de acertar em cheio. Bem no ombro do sobrinho. Uma roda assim azulada da fermentação das amoras que ele tinha comido. O seu Gonçalves não agüentou, já logo gritou: -Ah meu sobrinho, acontece de arguma tá sem tampa!

Fordinho 29
Dito Preto, um amigo meu, caminhãozinho Ford 29 para puxar cana na Fazenda. Tinha comprado à prestação, mas o Fordinho estava acabado. Ele trabalhava com o caminhãozinho Fordeco durante a semana e no sábado colocava as varas no caminhãozinho e ia pescar. Naquele sábado, ele já tinha tomado 'umas e outras' e ia indo para o Rio Sapucaí. No meio da estrada, apareceu um guarda rodoviário. O policial fez sinal para ele parar. Dito Preto foi indo com o caminhãozinho pelo acostamento. 'Beeeeeeem' lá na frente parou. O guarda chegou e disse: - Deixa eu ver a carta... ...de motorista. - Seu guarda, não vou enganar o senhor. Não vou dizer que tenho carta porque eu não tenho. Comprei esse caminhãozinho para puxar cana na fazenda e ainda não deu pra comprar a... ...carta. - Então deixa eu ver o documento do caminhão. - Seu guarda, não vou enganar o senhor. Não vou dizer que tenho documento porque não tenho. Ainda não comprei não, senhor. - Não tem carta, não tem documento... - Mas todo mundo me conhece por essas bandas, seu guarda. É só perguntar. Todo mundo sabe que o caminhãozinho é meu. Quando tiver tempo, vou comprar a carta e o documento lá com o delegado. - Então acende os faróis. - Vai desculpar, seu guarda, mas o direito não tem. E o esquerdo tá queimado. - E a buzina? - Não vou dizer pro senhor que tenho, porque não tenho. Comprei o caminhãozinho à prestação e não deu pra colocar a buzina. - E o breque? Pelo menos o breque, o senhor... ...tem? - O senhor acha que se eu tivesse breque não tinha parado lá atrás, quando o senhor mandou?.
por Rolando Boldrim